Quando dietas radicais viram conteúdo: um alerta necessário sobre o que vemos nas redes
- Rogéria Taragano

- há 19 horas
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Recentemente, fui convidada pela revista Veja para comentar um fenômeno que tem ganhado cada vez mais força nas redes sociais: influencers que fazem sucesso promovendo dietas radicais e padrões corporais extremamente restritivos. O tema, que à primeira vista pode parecer apenas uma tendência estética, levanta alertas importantes quando olhamos para seus impactos na saúde física e mental.
O ideal de beleza sempre mudou ao longo do tempo, mas hoje ele se espalha com uma velocidade inédita. Vídeos curtos, frases de efeito e promessas de resultados rápidos acabam normalizando práticas como restrição calórica severa, jejuns prolongados e a exclusão de grupos alimentares inteiros, comportamentos frequentemente associados ao desenvolvimento de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.
No meu depoimento à Veja, falo a partir da experiência clínica. Como especialista que acompanha de perto esses quadros, vejo diariamente como esse tipo de conteúdo pode alimentar ciclos de culpa, ansiedade, obsessão com o corpo e uma relação cada vez mais conflituosa com a comida. Em especial entre jovens, a comparação constante e a busca por validação nas redes ampliam a vulnerabilidade emocional.
É importante reforçar: saúde não é sinônimo de magreza extrema, nem de controle rígido. Uma abordagem saudável passa por escuta, acompanhamento profissional, informação baseada em evidências científicas e respeito às singularidades de cada corpo. Quando a alimentação vira punição, algo já saiu do lugar.
Precisamos, enquanto sociedade, ampliar o senso crítico sobre o que consumimos online e lembrar que nem tudo que viraliza promove bem-estar. Falar sobre isso é uma forma de cuidado e também de prevenção.





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