Verão, imagem corporal e saúde mental: o que a busca pelo “corpo ideal” revela sobre nós

O verão costuma trazer consigo um convite para estar mais exposto ao sol, às roupas mais leves, às atividades ao ar livre. Para muitas pessoas, no entanto, esse período também desperta uma sensação de inadequação com a própria imagem, intensificada pelas comparações constantes com padrões irreais mostrados nas redes sociais.

Foi justamente sobre esse tema que conversei no programa BandNews Em Forma, apresentado por Isabela Mota e Camila Hirsch, ao lado da nutricionista Thaís Mutran. Durante a entrevista, discutimos como a cultura do “corpo ideal” pode reforçar sentimentos de insuficiência e contribuir para quadros de sofrimento psíquico, especialmente na pré-temporada de verão.

A comparação com imagens hipereditadas, com rotinas alimentares extremas e com corpos que não representam a diversidade humana real cria uma sensação contínua de falha pessoal. Muitas vezes, essa insatisfação passa despercebida até que se manifesta em comportamentos prejudiciais, como dietas restritivas, exercícios exaustivos ou uma relação disfuncional com a comida e com o próprio corpo.

No ambulatório de Transtornos Alimentares (AMBULIM), onde atuo, observamos diariamente como a busca por um ideal inalcançável afeta adolescentes e adultos. A pressão estética não se limita ao campo da vaidade: ela se entrelaça com a autoestima, a percepção de valor pessoal e nossa capacidade de olhar para nós mesmos com gentileza.

Falar sobre isso é fundamental, especialmente em épocas do ano que amplificam essas expectativas. O cuidado com a saúde mental passa, também, pela construção de uma relação mais realista e compassiva com o próprio corpo, compreendendo que cada trajetória é única e merece respeito.

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